Eventos: Concurso de Haikais Nenpuku Sato





O Jornal Memai, especializado em letras e cultura japonesa, realizará, em comemoração aos 102 anos da Imigração Japonesa no Brasil o Concurso de Haikais Nenpuku Sato, que aconteceu justamente no ano do centenário da mesma. Desta vez serão quatro premiações ao longo de 2010 (fevereiro, maio, agosto e novembro), que consiste em livros de literatura japonesa e nipo-brasileira. Não há premiação em dinheiro.
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Poetas Metafísicos Ingleses


John Donne

Influenciados pelo Barroco continental europeu e retirando o seu material poético de um subjetivismo que andava de braços dados com o misticismo cristão e o erotismo, os poetas metafísicos ingleses utilizavam imagens pouco usuais, consideradas anti-poéticas para a época (século XVII). Exemplo disso é o poema de John Donne presente em Songs and Sonnets no qual as pontas de um compasso representam dois amantes: a mulher que é a caseira, esperando, começando no centro, o ponto mais distante inicia sua viagem de amor partindo dela. Mas quanto maior a distância, mais as pontas se inclinam sobre si mesmas: separação faz o amor crescer em adoração.
O paradoxo é uma constante na poesia metafísica onde os medos e a angústia também falam de um mundo de verdades espirituais balançadas pelas descobertas científicas que retiraram do homem o seu lugar de centro do universo.

John Donne [Dull sublunary love's love]


Dull sublunary lovers' love
    —Whose soul is sense—cannot admit
Of absence, 'cause it doth remove
    The thing which elemented it.

But we by a love so much refined,
    That ourselves know not what it is,
Inter-assurèd of the mind,
    Care less, eyes, lips and hands to miss.

Our two souls therefore, which are one,
    Though I must go, endure not yet
A breach, but an expansion,
    Like gold to aery thinness beat.

If they be two, they are two so
    As stiff twin compasses are two ;
Thy soul, the fix'd foot, makes no show
    To move, but doth, if th' other do.

And though it in the centre sit,
    Yet, when the other far doth roam,
It leans, and hearkens after it,
    And grows erect, as that comes home.

Such wilt thou be to me, who must,
    Like th' other foot, obliquely run ;
Thy firmness makes my circle just,
    And makes me end where I begun.


Mais poemas dos principais poetas da época no site Luminarium (em inglês - clique para acessar)
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Eutomia: A lenda do Taturema - artigo de capa da Revista Eutomia, por Carlos Torres-Marchal



A Lenda do Tatuturema
de Carlos Torres-Marchal


O novo estudo do engenheiro-filólogo Carlos Torres sobre Sousândrade concentra-se no segundo episódio mais famoso do Guesa, o chamado “Tatuturema”, incluído no Canto II do poema. Não é ainda preciso frisar que o episódio permanece pouco estudado, por isso mesmo combinando opiniões imprecisas emitidas a seu respeito com informações pouco ou nada corretas. O autor do presente estudo assinala ter sido o episódio publicado originalmente em 1867, no Semanário maranhense, dirigido pelo amigo do poeta, Joaquim Serra, e republicado diversas vezes, até assumir perfil definitivo na edição londrina do Guesa, quando então apresenta incorporações, reordenamentos e mesmo a supressão de duas estrofes da versão primitiva. O principal mérito do minucioso trabalho de Torres está na análise das fontes bibliográficas de que Sousândrade se serviu, tanto mais imprescindíveis porque o próprio poeta estivera apenas poucos dias no Solimões. Daí o engenheiro-filólogo peruano definir o “Taturema” como misto de crônica de viagem e reflexão sobre a situação dos índios dos Solimões, numa combinação de informe etnográfico e invenção poética. Esta, propriamente, não faz parte da indagação filológica. Sem seu respaldo, contudo, seja tratando do sentido do neologismo sousandradino, “tatuturema”, seja do significado do próprio episódio ou de personagens a ele centrais como o Jurupari, a indagação da inventio sousandradina se torna irremediavelmente inconfiável. É extremo portanto o mérito de que se reveste o presente estudo.

Luiz Costa Lima

Leia o artigo na íntegra da Revista Eutomia (clique para acessar)
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Estante: A solidão é espaçosa

A solidão é espaçosa

Inah Lins de Albuquerque


No próximo dia 2 de fevereiro de 2010 a escritora Inah Lins de Albuquerque lançará na Livraria Cultura do Recife (Paço Alfândega, Recife Antigo) o seu livro de contos e crônicas: A solidão é espaçosa, pela Editora Caliban.
Segundo Lula Arraes:

O passado, substância magma deste livro, nunca é leve e claro. Torná-lo leve e claro, luminoso, é tarefa para quem sabe ver além e escrever – afinal trata-se de um livro – este além, muitas vezes um vago sentimento.
Inah Lins o faz sem que o esforço se faça visível, com a destreza de quem sabe o preço da vida, a conta que ela nos apresenta, o quão cara ela é, e de quem, repito, sabe escrever. Sua escrita é assentada numa vida rica de acontecimentos.*





ISBN: 978-85-87025-48-7

Ano: 2010
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Eventos: 1º CIELLI e 4º CELLI - Universidade Estadual de Maringá - PR



A Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, realizará entre os dias 9, 10 e 11 de junho de 2010 o  1º CIELI - Colóquio Internacional de Estudos Literários e Linguísticos e o 4º CELLI - Colóquio Estadual de Estudos Literários e Linguísticos. 
Organizados pelo Programa de Pós-Graduação em Letras daquela Universidade oferecerá simpósios, mesas-redondas e mini-cursos nas áreas de Literatura e Linguística, desta vez trazendo profissionais de instituições estrangeiras de ensino superior para o evento.
As inscrições para envio de trabalhos entre outras atividades já pode ser feita no site do mesmo:





CIELLI (clique para acessar)
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Augusto de Campos - O pós-utópico na projeção da memória ao futuro

Augusto de Campos é destaque da edição especial do Mnemozine, do site Cronópios

O poeta, tradutor e crítico literário Augusto de Campos, uma das cabeças pensantes do Concretismo é matéria da edição especial do Mnemozine, que o homenageia pela passagem dos seus 77 anos neste mês. Além de traduções, artigos e poemas dele traz uma longa entrevista na qual ele reafirma o seu espírito vanguardista a partir do "princípio-esperança" termo tomado de empréstimo a Ernst Bloch que funda a perspectiva utópica, lançando-a ao futuro, para então reaver o presente. Discorda de quem acha que vanguarda é efemeridade, chamando a atenção para os "vanguardistas" que conseguiram o seu status de permanência.

Para conferir o especial sobre Augusto de Campos além das outras matérias, clique no link abaixo:


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Professores brasileiros marcam presença em Colóquio na Universidade de Stanford




Os professores brasileiros João Adolfo Hansen (USP) e Luiz Costa Lima (PUC-RJ) marcarão presença no dia 29 de janeiro de 2010 ao Colloquium: Trans-poetic exchange: around Blanco and "Campo de Paz" colloquium que tratará, nos dias 29 e 30 deste mês, de poéticas da modernidade e da pós-modernidade. Hansen apresentará a comunicação Blanco/TransBlanco: Modern and Post-Utopic, enquanto Costa Lima apresentará o seu texto (vertido para o inglês pela professora Sueli Cavendish, da UFPE) Blanco: a version of Mallarmé's Heritage.
Além destes professores, há a professora Marília Librandi Rocha, que leciona na própria Stanford University, no Departamento de Culturas Ibéricas e Latino-Americanas e que levará a sua comunicação White Poems: a way of happenings.

A programação completa do evento encontra-se no site da Stanford University (clique para ir).
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Eventos: I Encontro Internacional de Língua e Tradução


O Instituto de Línguas Miguel de Cervantes e o Instituto Phorte Educação realizam em São Paulo (SP) o I Encontro Internacional de Língua e Tradução entre os dias 12, 13 e 14 de março de 2010, no Centro de Cursos da Universidade Gama Filho (Rua 13 de maio, 681, Bela Vista).
O Encontro trará grandes nomes das áreas de Tradução e da Linguística, e além disso apresentará o Prêmio Novos Tradutores, que contemplará os melhores tradutores de contos em inglês, espanhol e italiano.
Entre os nomes confirmados estão o escritor peruano Mario Vargas Llosa, o crítico literário , tradutor e poeta Marcos Lucchesi, os tradutores Eric Nepomuceno e Paulo Henriques Britto, o professor Evanildo Bechara, entre outros.
Haverá eventos presenciais e à distância.

A programação e as inscrições já se encontram disponíveis no site do evento:

I Encontro Internacional de Língua e Tradução (clique para ir à página)
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Estante: Maiakóvski - Vida e Poesia

Vida e Poesia

Vladimir Maiakóvski

A poesia do então russo (depois soviético, mas nascido na Geórgia) Vladimir Maiakókvski ficou conhecida no Brasil, como se sabe, por meio dos concretistas que teceram loas às formas visuais compostas pelo poeta enquanto este serviu à Agência Telegráfica Russa (a famosa ROSTA). Diziam eles que a forma revolucionária proposta por Maiakóvski (adepto das formas cotidianas, entre outras "bofetadas no gosto do público") era o modelo perfeito para suas próprias pretensões. No entanto, ao publicarem a segunda coletânea de poemas do poeta da blusa amarela (havia uma edição na década de 60, hoje esgotada) acabaram privilegiando os poemas de amor dele para a bailarina e atriz (também crítica literária) Lilia Brik, entre outros poemas mais famosos, sempre seguindo a ideia poundiana da recriação em suas traduções.
Por isso é interessante a tradução feita por Emilio C. Guerra e Daniel Fresnot, ainda que a partir das edições completas de Maiakóvski em francês (a tradução dos irmãos Campos e de Boris Schnaiderman foi feita diretamente do russo), que trazem versões diferentes para poemas como "Em lugar de uma carta", o "A plenos pulmões",ou "A incrível aventura vivida por mim..." que nesta tradução aparecem como " "Minha pequena Lila (para servir de carta)", "À plena voz" e "A extraordinária aventura acontecida a Vladimir Maiakóvski", respectivamente.
Afora isso, há versões completas de poemas parcialmente traduzidos pelos concretistas, como "A flauta-vértebra", por exemplo, um dos vários modelos do amor doentio do cubo-futurista pela esposa do teórico da literatura Ossip Brik. Como há também os poemas políticos dele, excluído da tradução concretista talvez muito mais por medo da repressão da ditadura militar do que propriamente pela baixa qualidade dos mesmos (como eles afirmavam).
Esta coletânea também traz a pequena autobiografia do poeta e dramaturgo, que suicidou-se em 1930, "Eu mesmo", e também uma série de cartas de amor dele para Lilia Brik, quando ele esteve em viagem a Paris, e que se constitui uma curiosidade literária única.

Ano: 2006
ISBN: 85-7532-713-4
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Estante: A.S.A. - Associação dos Solitários Anônimos

A.S.A. - Associação dos Solitários Anônimos
Rosário Fusco


Considerado por muitos como enfant terrible do Modernismo brasileiro, o mineiro Rosário Fusco (1910 - 1977), participante do grupo Verde, de Cataguases, foi relegado a um incompreensível ostrascismo por décadas. Seu pecado: apoiar o Estado Novo (1937-1945) de Getúlio Vargas. Um dos pioneiros do realismo fantástico no Brasil, vem sendo tirado do limbo por pesquisadores que enxergam no autor de O agressor (1940) um dos responsáveis pela modernização do romance nacional.
Publicado de forma inédita em 2003, pelo Ateliê Editorial (com projeto editorial de Marcelino Freire, orelhas de Luiz Rufatto e posfácio de Fábio Lucas), A.S.A. - Associação dos Solitários Anônimos traz aquilo que ele mesmo chamava, talvez com o seu conhecido deboche, de supra-realismo.
Seres jogados nas sarjetas de lugares sórdidos, onde todos se veem de frente ao desencanto e à anarquia de suas próprias vidas, perambulam neste labirinto feito de linguagem, por vezes propositadamente arcaica, para demonstrar o tamanho de sua marginalidade e o quanto o absurdo às vezes é mais presente na lógica da realidade dos perdidos.

Ano: 2003
ISBN: 85-7480-132-1
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