John Donne
Influenciados pelo Barroco continental europeu e retirando o seu material poético de um subjetivismo que andava de braços dados com o misticismo cristão e o erotismo, os poetas metafísicos ingleses utilizavam imagens pouco usuais, consideradas anti-poéticas para a época (século XVII). Exemplo disso é o poema de John Donne presente em Songs and Sonnets no qual as pontas de um compasso representam dois amantes: a mulher que é a caseira, esperando, começando no centro, o ponto mais distante inicia sua viagem de amor partindo dela. Mas quanto maior a distância, mais as pontas se inclinam sobre si mesmas: separação faz o amor crescer em adoração.
O paradoxo é uma constante na poesia metafísica onde os medos e a angústia também falam de um mundo de verdades espirituais balançadas pelas descobertas científicas que retiraram do homem o seu lugar de centro do universo.
John Donne [Dull sublunary love's love]
Dull sublunary lovers' love
—Whose soul is sense—cannot admit
Of absence, 'cause it doth remove
The thing which elemented it.
But we by a love so much refined,
That ourselves know not what it is,
Inter-assurèd of the mind,
Care less, eyes, lips and hands to miss.
Our two souls therefore, which are one,
Though I must go, endure not yet
A breach, but an expansion,
Like gold to aery thinness beat.
If they be two, they are two so
As stiff twin compasses are two ;
Thy soul, the fix'd foot, makes no show
To move, but doth, if th' other do.
And though it in the centre sit,
Yet, when the other far doth roam,
It leans, and hearkens after it,
And grows erect, as that comes home.
Such wilt thou be to me, who must,
Like th' other foot, obliquely run ;
Thy firmness makes my circle just,
And makes me end where I begun.
Mais poemas dos principais poetas da época no site Luminarium (em inglês - clique para acessar)
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