EUTOMIA – Revista de Literatura e Linguística, Edição 12, dezembro de 2013.
Sueli Cavendish – Editora-chefe (PhD)
Cristina Hennes Sampaio- Editora-assistente (PhD)
Neste número Eutomia realizará edição compartilhada com editores
convidados, professores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro – PUC –
Aline Magalhães Pinto e Henrique Estrada Rodrigues
Henrique Estrada Rodrigues: Graduado em História pela Universidade
Federal de Minas Gerais, mestre e doutor em Filosofia pela Universidade
de São Paulo. Realizou pós-doutorado no Departamento de História da UFMG
(2006-2007).
Aline Magalhães Pinto: Graduada em História e
Filosofia e mestre em História pela UFMG. Doutora em História Social da
Cultura na Puc-Rio. Realizou estágio doutoral na L'école des hautes
études en sciences sociales, Paris (2012).
Os editores convidados organizam dossiê temático que aborda a relação entre poesia e história, assim compreendida:
A relação entre poesia e história se orienta por um desafio teórico e
historiográfico que não quer prescindir do corpo a corpo com a palavra
poética. Pois é significativo que, na Antiguidade, notadamente em Platão
e Aristóteles, a rede conceitual a partir da qual se abordou essa
relação – a exemplo dos conceitos de mímesis, catarse, metáfora,
memória, gêneros discursivos – tenha sido elaborada ou reelaborada a
partir de problemas colocados pelos poemas épico e trágico. Também não
se pode esquecer que, na Era Moderna, especialmente a partir da obra de
Vico, a busca pelo “verdadeiro Homero” e a análise da Comédia de Dante
ajudaram a reconsiderar os caracteres poéticos como uma forma específica
de sabedoria sobre o tempo e a história. Desde o romantismo alemão,
poetas, críticos e filósofos também têm refletido, de maneira
recorrente, sobre as condições de possibilidade de se pensar
poeticamente a história. E se abolicionistas como Castro Alves,
republicanos como Sousândrade ou modernistas como Mário de Andrade
repensaram a fisiognomia da vida moderna, poetas como Mallarmé e Paul
Celan foram capazes de traçar o inimaginável, nos oferecendo a poesia
como uma forma de experiência histórica que se desliga do sentido de
prova e da necessidade de comprovação para encontrar outros regimes de
verdade. Por essas razões, vale então perguntar:
O que significa
pensar, poeticamente, a história? Seria a imaginação poética uma
inscrição pré-conceitual à espera dos seus teóricos? Que história
poderia fazer ou contar um poeta? Como ele a faria? Por que repensar,
ainda hoje, a velha distinção, de matriz aristotélica, entre poesia e
história? E como seria possível repensá-la à luz das poesias moderna e
contemporânea? Ou à luz das reflexões sobre a linguagem oriundas, por
exemplo, de um Benjamin (leitor de Baudelaire), de um Jakobson
(instigado pela função poética da linguagem), de um João Adolfo Hansen
(intérprete de Gregório de Matos), de um Ricoeur (leitor de Aristóteles)
ou mesmo da tradução poética de um Haroldo de Campos (orientada pela
leitura reflexiva da tradição literária)?
O prazo para o envio
dos trabalhos é 31 de outubro de 2013 – Siga as normas de publicação da
revista encontradas em “como publicar”.
IMPORTANTE: Não serão aceitos trabalhos de alunos de graduação.
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